A escrituração contábil é a técnica de registrar as movimentações financeiras e patrimoniais, indicando a origem e o destino dos recursos, dentro de um procedimento lógico que ratifica a possibilidade de inconsistências. Neste sentido, a aplicação dos fundamentos contábeis visa a transparência das operações ao criar lastro entre elas, o que por fim promove a fieza das demonstrações.

Haja vista todo o detalhamento das informações, em 1958, o então presidente Juscelino Kubitschek decretou a obrigatoriedade de registro da escrituração através dos livros diário e razão, o que fez com que muitos empresários passassem a interpretar a escrituração contábil como um mero instrumento para atendimento ao fisco. Contudo, muito tempo se passou e esta acepção permanece intensa no mundo corporativo.

Atualmente o registro da escrituração contábil é obrigatório apenas para empresas optantes pelos regimes de Lucro Real, facultativo às optantes pelo Simples Nacional e Lucro Presumido.

Mas quais seriam os benefícios de manter a escrituração contábil?

Quando a empresa mantém escrituração contábil regular a regra diz que os sócios poderão distribuir lucros, com base no resultado anual (Receitas menos Despesas).

Porém, no caso de não manter escrituração contábil, o valor do lucro a distribuir deve se basear no cálculo do lucro presumido, diminuído do imposto de renda. Deve se ressaltar que a distribuição de lucros é isenta de qualquer tributação, desde que respeitados os critérios acima. Caso haja valor excedente estará sujeito à incidência de imposto de renda e contribuição previdenciária.

Também na esfera tributária, além da decisão pelo melhor regime de tributação, a contabilidade fornece informações para as provisões de perdas que podem reduzir a base de cálculo do imposto de renda e contribuição social.

A escrituração regular também traz consigo a possibilidade de aplicação do cálculo de JCP — Juros sobre Capital Próprio, que serve como uma forma de remunerar aos sócios e, em contrapartida, reduzir a base de cálculo dos impostos sobre a renda nas empresas optantes pelo lucro real.

Para o planejamento estratégico a escrituração contábil também é uma ferramenta fundamental, uma vez que mune o gestor com os dados para que sejam tomadas decisões. Como exemplo a comparação do fluxo de caixa em relação aos juros pagos pode apontar a direção para redução das despesas financeiras, assim como a análise da variação das contas pode indicar problemas internos.

Em conjunto, demonstrações contábeis robustas e bem estruturadas trazem credibilidade à empresa, e vão auxiliar na captação de crédito junto às instituições financeiras, sendo de grande importância no segmento de locação de veículos, levando em conta a necessidade constante de renovação da frota.

Estes são alguns exemplos, contudo são inúmeras informações que podem acarretar contenção de gastos e impactar positivamente o direcionamento da companhia.

Por fim vale destacar que a escrituração é o primeiro (e mais importante) passo para saber quanto vale a sua empresa, e caso você tenha a pretensão de abrir as portas para investidores, saiba que toda a avaliação parte de demonstrações sólidas, que tragam confiabilidade a ambas as partes para que seja concretizado um bom negócio.